Francisco Alberto Júnior

A sociedade brasileira tem como uma de suas principais características o ‘patrimonialismo”. Ou seja, vivemos na sociedade do “ter”, onde as pessoas são diferenciadas pelo que possuem. Ainda associado a esse patrimonalismo, temos o individualismo exacerbado, o qual vem crescendo rapidamente nas últimas décadas em nossa cultura. Mas o que esse patrimonialismo somado ao individualismo reinante na nossa sociedade contemporânea tem haver com a situação do transito em Fortaleza? Vejamos.

Uma matéria publicada no jornal “O Povo” em 29 de março de 2010 diz: ‘Motoristas mal-educados aumentam perigo no trânsito’. A autora da matéria, a jornalista Larissa Lima discorre sobre o assunto, fundamentada na análise, oportuna, da professora do curso de Psicologia da UFC (Universidade Federal do Ceará) Gisele Macedo, onde com base no que fora exposto na matéria, é possível afirmarmos que o individualismo exacerbado em nossa sociedade é um fator crucial para que comportamentos imprudentes se manifestem nas pessoas. Assim, a cada dia que passa os valores coletivos vão sendo “sepultados” por valores individualistas, típicos da sociedade burguesa neoliberal.

A sociedade brasileira tem como uma de suas principais características o ‘patrimonialismo”. Ou seja, vivemos na sociedade do “ter”, onde as pessoas são diferenciadas pelo que possuem. Ainda associado a esse patrimonalismo, temos o individualismo exacerbado, o qual vem crescendo rapidamente nas últimas décadas em nossa cultura. Mas o que esse patrimonialismo somado ao individualismo reinante na nossa sociedade contemporânea tem haver com a situação do transito em Fortaleza? Vejamos.

Uma matéria publicada no jornal “O Povo” em 29 de março de 2010 diz: ‘Motoristas mal-educados aumentam perigo no trânsito’. A autora da matéria, a jornalista Larissa Lima discorre sobre o assunto, fundamentada na análise, oportuna, da professora do curso de Psicologia da UFC (Universidade Federal do Ceará) Gisele Macedo, onde com base no que fora exposto na matéria, é possível afirmarmos que o individualismo exacerbado em nossa sociedade é um fator crucial para que comportamentos imprudentes se manifestem nas pessoas. Assim, a cada dia que passa os valores coletivos vão sendo “sepultados” por valores individualistas, típicos da sociedade burguesa neoliberal.
No caso específico do trânsito de Fortaleza, todos são responsáveis por isso. De forma proporcional, obviamente. De um lado temos os próprios habitantes da nossa urbe e do outro o Poder Público. Em relação às pessoas a matéria aponta imprudência por parte de ciclistas e motoristas. Vejamos os níveis de responsabilidades desses dois grupos.

No caso do ciclista é preciso notar que hes falta espaço para tráfego, mesmo que o código de trânsito lhes dê garantias de circulação dentro das vias urbanas. “A bicicleta é o transporte do pobre”. Assim desabafou um entregador ao ser abordado em relação ao assunto. Como o pobre dispõe da bicicleta como meio de transporte, imagine sua situação dentro de uma sociedade patrimonalista, onde a ostentação é um dos principais valores É complicada. Não lhe restam muitas alternativas, pois temos um sistema de transporte coletivo defasado e caro.
No caso dos motoristas a carga de responsabilidade aumenta. Pois, estes detêm um maior poder aquisitivo. Ora, nesse conjunto se enquadram a classe média e alta. No contexto aqui abordado temos os senhores das ruas, verdadeiros “latifundiários urbanos”. As imprudências praticadas por esta categoria são as mais variadas, indo do estacionamento em fila dupla, dirigindo e conversando ao celular simultaneamente, desrespeito à sinalização e às leis de transito indo até a desvalorização da vida humana ao dirigirem embriagados pelas ruas da nossa capital. O pior motorista do Brasil está em Fortaleza, mais especificamente nas áreas nobres da cidade.

Dentro dessa discussão o Poder Público não está isento de responsabilidades. Há quase oito décadas Fortaleza vem acumulando problemas relacionados ao funcionamento urbano, pois desde os anos de 1930 nossos gestores deixaram de se preocupar com o ordenamento urbano da capital. Na realidade faltam políticas públicas mais consistentes em relação ao assunto. As medidas tomadas nas últimas décadas são de caráter paliativo e de interesses econômicos de alguns grupos privilegiados ou eleitoreiros. Seria interessante que a lei fosse cumprida a risca e as punições exemplares, sem distinção de classe social e por outro lado uma política de verdadeira estruturação urbana da cidade. Vamos ver no que vai dar o TRANSFOR.
Sendo assim, enquanto os dois caminhos anteriormente expostos não forem seguidos, continuaremos a ser espectadores do agravamento do caos urbano em nossa Fortaleza. Progresso não significa o caos. Podemos seguir bons exemplos de desenvolvimento urbano que deram certo. Porém, não segui-los apenas na sua parte estrutural, mas, também, no seu aspecto fundamental que é a cultura. Aí, quem sabe, poderá ser possível desenvolvermos uma cidade de forma harmônica tanto com a natureza, quanto com os valores de coletividade.
Link da matéria:
http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/967034.html

No caso do ciclista é preciso notar que hes falta espaço para tráfego, mesmo que o código de trânsito lhes dê garantias de circulação dentro das vias urbanas. “A bicicleta é o transporte do pobre”. Assim desabafou um entregador ao ser abordado em relação ao assunto. Como o pobre dispõe da bicicleta como meio de transporte, imagine sua situação dentro de uma sociedade patrimonalista, onde a ostentação é um dos principais valores É complicada. Não lhe restam muitas alternativas, pois temos um sistema de transporte coletivo defasado e caro.
No caso dos motoristas a carga de responsabilidade aumenta. Pois, estes detêm um maior poder aquisitivo. Ora, nesse conjunto se enquadram a classe média e alta. No contexto aqui abordado temos os senhores das ruas, verdadeiros “latifundiários urbanos”. As imprudências praticadas por esta categoria são as mais variadas, indo do estacionamento em fila dupla, dirigindo e conversando ao celular simultaneamente, desrespeito à sinalização e às leis de transito indo até a desvalorização da vida humana ao dirigirem embriagados pelas ruas da nossa capital. O pior motorista do Brasil está em Fortaleza, mais especificamente nas áreas nobres da cidade.

Dentro dessa discussão o Poder Público não está isento de responsabilidades. Há quase oito décadas Fortaleza vem acumulando problemas relacionados ao funcionamento urbano, pois desde os anos de 1930 nossos gestores deixaram de se preocupar com o ordenamento urbano da capital. Na realidade faltam políticas públicas mais consistentes em relação ao assunto. As medidas tomadas nas últimas décadas são de caráter paliativo e de interesses econômicos de alguns grupos privilegiados ou eleitoreiros. Seria interessante que a lei fosse cumprida a risca e as punições exemplares, sem distinção de classe social e por outro lado uma política de verdadeira estruturação urbana da cidade. Vamos ver no que vai dar o TRANSFOR.
Sendo assim, enquanto os dois caminhos anteriormente expostos não forem seguidos, continuaremos a ser espectadores do agravamento do caos urbano em nossa Fortaleza. Progresso não significa o caos. Podemos seguir bons exemplos de desenvolvimento urbano que deram certo. Porém, não segui-los apenas na sua parte estrutural, mas, também, no seu aspecto fundamental que é a cultura. Aí, quem sabe, poderá ser possível desenvolvermos uma cidade de forma harmônica tanto com a natureza, quanto com os valores de coletividade.
Link da matéria:
http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/967034.html

